sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A ARTE DE SER ARTISTA


Wive Melo abriu seu caminho pela arte através dos desenhos, das tintas e da percepção sensorial do mundo. Dos rascunhos despretensiosos nas folhas dos cadernos escolares, onde ensaiava a técnica do retrato. Ela desbravou os mistérios do seu talento até o poderoso universo das telas, dos tecidos, do couro e da imagem em movimento.
A artista participou de inúmeras exposições coletivas como o II Festival de Artes Visuais do Pelourinho, em 1996; o Festival de Arte do Recôncavo, no Museu Hansen Bahia, Cachoeira, em 1997; o Leilão da NR Galeria de Arte, para arrecadar fundos para Ongs, em 2001 e o Projeto Arte Circular, no mesmo ano; entre outras.
O incansável trabalho da artista fez com que seus retratos fossem ganhando preciosismo nas linhas e sombras dosadas no tom e no brilho certos. Mas foi a persistência do ser humano que a levou a atravessar as intempéries trazidas pelo amor à arte e se defrontar com a sabedoria e maturidade do tempo. Assim, seus quadros conquistaram a essência livre da arte, que a tomou de assalto.
As leves pinceladas e o roçar delicado da pele na tela, ganharam significado transcendental e o mundo, então, ganhou mais um canal expressivo que se abriu através dos seus olhos e do seu talento. Os retratos de Wive passaram a expressar a interpretação de sua própria alma, com toda a ousadia que a fez se aventurar por essa vida.
Sempre em busca de novos materiais que a ajudem a resignificar o seu entorno, Wive carrega na tinta e na honestidade do sentimento, superando o conceito de beleza, tocando o espírito. A receptividade à sua pintura a encorajou a investir na carreira solo. Em 2003 organizou uma exposição no Restaurante Italiano “Bella Roma”, em Itacaré. 
Sempre em busca da indefinida perfeição artística Wive se enveredou por outras linguagens artísticas. Com o tecido, ela desenvolveu o projeto Solstício - “Pinturas para vestir”, onde cria design de roupas e dá asas a suas telas, que hoje podem ser vistas e reconhecidas pelas ruas, pelos bares, pelos aeroportos, quiçá pelo mundo, a depender do viajante.
Suas roupas introduzidas no mercado em exposições organizadas nos shows da Rumbahiana, no Teatro da Praia; na Sala de Arte do Baiano de Tênis; no Garagem Rock e no Stand na “Expo Arte”, no Shopping Barra. Todas em 2003, intituladas: “Arte para vestir”.
Inspirada pela imagem em movimento, a artista chegou a produzir e dirigir dez vídeos arte. Nessa fase ganhou o Festival de Imagem e Movimento, FIM! em 1998 e teve seus vídeos selecionados para a Bienal do Recôncavo (1998); para o banco de dados do Itaú Cultural (1999) e para o Festival Imagem em 5 minutos (1999).


Com o couro (percussão) Wive estabeleceu um forte diálogo e passou a compor melodias e letras que levam as imagens de sua vida para a poética de sua música. Vinda de uma família de músicos, ela passou a se dedicar ao estudo da percussão e compõe a quase 10 anos.
Desse diálogo surgiu o projeto: “Soltem os pássaros!”, que, além de afirmar sua liberdade de expressão, traz um som ligado à terra através de uma música melodiosa de base jazistica, fértil de ritmos regionais e afros. A sutileza e a espiritualidade das artes plásticas se uniram à interpretação vocal dessa artista que traz em tudo, e acima de tudo, um toque de humanidade.
Hoje Wive se dedica, com principal dedicação, à Arte Educação. Vem desenvolvendo através da educação de espontaneidade estética, uma didática livre, suave e bastante criativa com crianças e adultos a mais de 10 anos.
Wive desenvolve dentro das artes plásticas, técnica de desenho artístico, pintura (sob tela, tecido, vidro, papel e madeira) esculturas em papel machê, biscuit e argila.
Sobretudo com crianças, desenvolve o contato com cores, texturas e volume. Sempre valorizando o imaginário criativo, diversificando ferramentas e respeitando os processos de criação e a expressão individual que cada criança apresenta.

A arte é uma ferramenta; os espíritos são os operários.
Victor Hugo





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